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  • Guilherme Dearo

10 visões de Henri Cartier-Bresson

Atualizado: 28 de jun.

Do livro de Pierre Assouline, "Cartier-Bresson: O Olhar Do Século"


1. Conselho de Max Jacob a Bresson: "Busque os meios, uma obra de arte é um conjunto de meios tendo em vista um esforço. Os artistas não são penitentes que expõem seus pecados, são construtores com um objetivo, têm um ofício (...). Tanto melhor se conseguirmos passar algo de nós, mas antes é preciso aprender como forjá-lo, qual seu contexto, como conduzi-lo, como solucioná-lo. Quem fala? Por que fala? Onde está? Aonde vai? Por quê?".


2. A grande lição de Lhote? Que não há liberdade sem disciplina. A loucura só pode desabrochar uma vez com o esquadro rigorosamente traçado. Não há carne sem esqueleto. (...) A verdadeira arte é fazer esquecer a geometria. O verdadeiro pilar será sempre o tempo, isto é, a consciência inebriante de estar vivendo um momento excepcional tocado pela graça.


3. Ter uma ideia na vida, uma única, e não sair dela, não por estreiteza mental, mas porque precisamos cavar sempre no mesmo lugar se quisermos chegar até o fundo. Por quê? Porque aquilo que encontramos revela aquilo que buscávamos.


4. Bresson em "O Instante Decisivo": A fotografia é, para mim, o impulso espontâneo de uma atenção visual puramente, que capta o instante e sua eternidade. O desenho, por sua vez, com sua grafologia, elabora aquilo que nossa consciência apreendeu desse instante. A fotografia é uma ação imediata; o desenho é uma meditação.


5. Ele sabe que a foto se sustenta quando sente que ela se basta por si mesma, que o rigor da forma se harmoniza com a ressonância do conteúdo. A luz só o interessa quando consegue usá-la em proveito de uma espécie de alegre geometria. Ele sente ter um bom retrato ao captar não uma expressão ou uma atitude, mas um silêncio interior.


6. Bresson usava Leica M4 ou IIIG e lente Elmar 50mm. De vez em quando, objetiva 90mm ou grande angular 35mm. Sempre 1/125, Kodak ISO 400.


7. Ser conhecido é a coisa mais vulgar que existe, enquanto ser reconhecido é uma consagração da qual convém sempre se esquivar com elegância.


8. Tudo se passa do lado de dentro.


9. Controlar a mente para alcançar a harmonia e, através da compaixão, oferecê-la aos demais.


10. Ator e espectador. Abertura para o mundo e fechamento em si mesmo, a vontade de testemunhar e a propensão a ficar afastado, o engajamento e o desprendimento.



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