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  • Guilherme Dearo

5 vezes Alberto Manguel com Borges

Atualizado: 28 de jun.

O encontro dos gênios Manguel e Borges na Buenos Aires dos anos 1960


Em 1964, o escritor argentino Alberto Manguel (1948) trabalhava na Pygmalion, famosa livraria de Buenos Aires. Por ali, Jorge Luis Borges passava todas as tardes, voltando da Biblioteca Nacional, onde era diretor. Borges, já parcialmente cego na época, convidou o jovem Manguel para ler para ele durante as noites, já que sua mãe, Leonor, contava 90 anos e se cansava facilmente da tarefa. Aceitando o novo emprego que tomava de três a quatro noites por semana, Manguel conheceu o pequeno e lendário apartamento de Borges, um "lugar fora do tempo" repleto de livros, tal como uma "Biblioteca de Babel" de um de seus contos. Durante as leituras e ditados de Borges entre 1964 e 1968, o futuro escritor teve acesso à amizade e intimidade de um dos maiores escritores do século 20. "Naquela época, eu certamente não me dava conta do privilégio. Minha tia, que o admirava bastante, ficava ligeiramente escandalizada com minha indiferença e me incentivava a tomar notas, a fazer um diário dos meus encontros", ele conta.



I. "As conversas com Borges eram, ao contrário, o que, na minha mente, toda conversa deveria ser: sobre livros e seu funcionamento, sobre escritores que eu ainda não tinha lido, sobre ideias que não tinham me ocorrido (...)".


II. "Para um homem que falava do universo como de uma biblioteca e que confessou ter imaginado o Paraíso 'bajo la forma de una biblioteca', o tamanho de sua própria biblioteca o decepcionava, talvez por ele saber que, assim como dissera em outro poema, a linguagem no máximo consegue 'simular sabedoria'".


III. "Para Borges, o âmago da realidade estava nos livros: em ler livros, escrever livros, conversar sobre livros. De maneira visceral, ele sabia que dava continuidade a um diálogo iniciado havia milhares de anos, o qual ele acreditava que nunca terminaria".


IV. "Ele acreditava, contra todas as possibilidades, que nosso dever moral era ser feliz, e que a felicidade podia ser encontrada nos livros, apesar de não conseguir explicar as razões disso".


V. Borges: "Eu me comovo com as pequenas sabedorias que são perdidas a cada morte".


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