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Guilherme Dearo

Fotografias antigas no Brasil: textos para uma coleção em processo

Atualizado: 28 de jun.


Reflexões sobre o projeto Lost Photos Archive e a luta pela memória


Desde 2017, coleciono fotografias antigas, amadoras e anônimas, compradas em sebos, antiquários e sites na internet, em uma coleção em constante expansão e que já conta com mais de 2 mil itens. Chamo meu projeto de Lost Photos Archive.

 

A maioria das imagens foi feita no Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro etc.), mas também há registros de pessoas na Espanha, Estados Unidos, Turquia, Rússia, Argentina, França, Alemanha e Letônia, entre outros países.


As fotos mais antigas da coleção datam dos anos 1880, enquanto as mais novas são da década de 1970. Nos versos de muitas delas, há palavras de amor, dedicatórias, registros de locais, datas e nomes, e também carimbos e outras marcações. Tudo isso aparece escrito nos alfabetos latinos, cirílico, hebraico, armênio...

 

Arrisco aqui algumas reflexões sobre estas imagens e sua importância para a história da fotografia brasileira.


1.


Segundo o curador americano Beaumont Newhall, qualquer fotografia pode ser considerada documental se ela carregar uma informação. A imagem amadora de um álbum de família, sem representar nenhum evento notável ou figura pública, é capaz de produzir valor histórico e artístico. Mesmo a partir de cenas da vida privada, ela carrega potencial para criar uma narrativa relevante e universal.


Coletadas desde 2017 em sebos, feiras e lotes à venda na Internet, as imagens deste meu arquivo, que chamo de Lost Photos Archive, fazem parte de uma coleção entusiasta em constante atualização que já soma mais de 2.000 imagens. Em pequeno formato e sempre em preto e branco, elas ajudam a contar uma fração da história não-oficial da Fotografia no Brasil.


Embora não tenham alto apuro técnico, revelam certo grau de olhar artístico para ângulos e composições. Por trás delas poderia estar alguém com conhecimento fotográfico ou simplesmente alguém com instinto e sorte. Apesar de feitas, provavelmente, com câmeras amadoras que permitiam poucos ajustes de exposição e lentes ou mesmo nenhum, muitas revelam acertados contrastes e também harmonia.


Algumas fotografias, posadas, valem pela boa composição gestada, embora percam em naturalidade. Contudo, o olhar e o sorriso propositais, repetindo ritos presentes em todo núcleo familiar, alcançam o observador, que capta algo de suas próprias lembranças. Outras, mais dinâmicas e poéticas, revelam instantes próximos ao fotojornalismo e à fotografia de arte. Poderiam, se tivessem mais qualidade técnica, ter sido feitas por Henri Cartier-Bresson ou Vivian Maier.


Poucas delas trazem inscrição no verso indicando data, local ou autor. Dizem menos ainda de suas jornadas particulares: por que foram descartadas a ponto de tanto se afastarem de sua origem. Seus silêncios instigam a ficção. O tamanho diminuto das cópias é um aceno ao espectador para se aproximar e ficar íntimo de seus universos. Dar alguns passos adiante, avizinhar o rosto e descobrir gestos leves, detalhes fugidios, suas ranhuras e desgastes.


Assim, Lost Photos Archive é um convite para se descobrir toda a potência por trás da produção amadora. Despretensiosas, as imagens revelam beleza e prontidão e podem servir de espelho a quem se propuser a se debruçar sobre elas.



2.


Longa jornada noite adentro: como a câmera chegou às mãos das pessoas comuns


“(...) os gestos da vida são feitos com simplicidade

e os rostos dos que se levantam cedo são muito comoventes”

Robert Doisneau


As fotografias de Lost Photos Archive trazem, quase sempre, figuras humanas. Seja poses simples, olhando diretamente para a lente, seja contextos mais complexos, com composições elaboradas e interações com a paisagem ao redor, elas apresentam um rol de indivíduos capturados em um instante do passado em diferentes idades e contextos sociais. Parece indissociável da história da fotografia a presença desses olhares e sorrisos. Também, parece natural que essas imagens tenham sido feitas por “qualquer pessoa”, de férias no Rio de Janeiro ou no sofá de sua casa durante um aniversário, prescindindo de um fotógrafo altamente treinado e de um estúdio profissional. Contudo, nem sempre foi assim. O ser humano não foi o alvo natural da lente fotográfica desde os primórdios do meio. Tampouco a prática de fotografar esteve sempre à disposição de qualquer interessado. Até chegar à mão das “pessoas comuns”, e até focar em seus rostos, houve uma longa jornada.


Embora a fotografia tenha sido inventada oficialmente em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, em um processo posteriormente aperfeiçoado de modo crucial por Louis Daguerre e William Fox Talbot, é de 1838 a primeira fotografia com pessoas representadas. Se alguma outra fotografia anterior a esse ano trazia figuras humanas, ela se perdeu na história. A mais antiga a sobreviver foi “Boulevard du Temple”, feita por Daguerre de sua janela na 5 Rue de Marais, em Paris. O foco ainda são as casas, as árvores enfileiradas, o passeio público. Mas, diminutas, ali estão algumas pessoas, indiferentes ao fato de que estão sendo “espionadas” e entrando para a história. Doze anos separam, portanto, a criação de Niépce do primeiro registro fotográfico de um homo sapiens. Dali em diante, o interesse em registrar as feições de homens e mulheres e suas vidas cotidianas só aumentaria.


O processo de fotografar também não era simples. O método de Niépce exigia de oito horas a diversos dias de exposição para funcionar. A criação de Daguerre, o daguerreótipo, tornou tudo mais fácil, precisando de apenas alguns minutos para capturar a imagem desejada. Mesmo assim, era um processo demorado e que exigia apuro técnico. Com o alto tempo de exposição e a pouca sensibilidade das placas fotográficas, feitas de prata, o sujeito de interesse da imagem precisava ficar estático durante um longo período, caso contrário a imagem resultaria borrada e sem foco. Além disso, as câmeras eram caras e pesadas e poucas pessoas conheciam as complexas técnicas químicas necessárias para revelar uma fotografia adequadamente. A prática fotográfica, assim, estava restrita às classes altas e aos estúdios profissionais.


No fim do século 19, a tecnologia fotográfica avançou de modo vertiginoso e tudo mudou. O americano George Eastman lançou em 1885 o primeiro filme flexível e de rolo do mercado. Em 1888, a empresa apresentou sua primeira câmera, a Kodak, já muito mais prática que os pesados daguerreótipos ou a câmera com chapas secas de gelatina e prata criada em 1871 por Richard Leach Maddox. Eastman, visionário para o potencial que a fotografia tinha diante do público amador, inventou o bordão “You Press the Button, We Do the Rest” (“Você aperta o botão, nós fazemos o resto”), convencendo o público de que fotografar agora era para todos. O aparelho fotográfico já era de fácil manuseio. Agora, também a revelação: o cliente mandava por correio o filme para a fábrica da Kodak em Rochester, Nova York, e recebia suas fotos prontas semanas depois, além do negativo original e de um novo rolo de filme.



Mas o evento-chave que levaria as câmeras às mãos da massa foi o lançamento da Brownie, da Kodak, em 1900, a primeira câmera barata e produzida em larga escala. Somente naquele ano, foram mais de 150 mil unidades vendidas. Nascia ali o conceito de snapshot, a fotografia instantânea: imagens rápidas e espontâneas, perfeitas para os eventos familiares e para as cenas cotidianas. A vida privada dos lares e a vida anônima e coletiva das ruas ganhavam relevância documental imprescindível. O nascimento das snapshots definiu o futuro do fotojornalismo e da produção fotográfica amadora. A velocidade aperfeiçoada da câmera permitia que agora se pudesse capturar momentos mais fugazes e dinâmicos, menos posados, essencial para o dia a dia e, por consequência, para o jornalismo. Com a chegada de diferentes filmes de 35mm entre 1905 e 1913 e com o lançamento da Leica I em 1925, criada por Oskar Barnack, Henri Cartier-Bresson podia inventar o seu “momento decisivo”, as images à la sauvette. A fotografia ao alcance da classe média e dos lares comuns se consolidaria com a invenção das câmeras SLR (single-lens reflex camera) a partir de 1933 e a massificação de marcas como Pentax, Contax, Yashica e Nikon.


As fotografias deste arquivo se encaixam nesse momento de massificação do fazer fotográfico nas primeiras décadas do século 20, fenômeno que correu em paralelo ao crescimento das cidades e da população urbana, do desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e do aumento do poder aquisitivo dos cidadãos — primeiro, na Europa e nos Estados Unidos; depois, nos países do chamado “Terceiro Mundo”. Com câmeras cada vez mais práticas e baratas, sucessoras diretas da Brownie e da Leica I, essas pessoas das primeiras décadas do século no Brasil e em outros países puderam posar em suas casas e nas ruas e contar suas próprias histórias. Elas, para usar um termo em voga, se “empoderaram”. Havia diversão. Havia simplicidade. Havia o desejo inocente de recordar e registrar. Esses sonhos fugidios e há muito adormecidos ficaram registrados nessas imagens que agora podemos explorar à procura de respostas sobre como era ser e existir naqueles anos.


É importante notar também que há recortes históricos que não podem ser ignorados. Estamos falando de raça e classe. As fotos de famílias negras são muito mais difíceis de encontrar do que as fotos de famílias brancas. Em um contexto racista e classista onde famílias negras e pobres não tinham dinheiro para comprar uma câmera ou revelar rolos de filmes co frequência, a história da fotografia amadora no Brasil encontra essa falha, essa lacuna, esse violento apagamento histórico.


3.


Cinco momentos para os rostos anônimos


esse direito de estar no mundo,

ter dois pés e mãos, uma cara

e a fome de tudo,

a esperança.

— Ferreira Gullar


As fotografias de Lost Photos Archive nos mostram lampejos do passado, registros de pessoas e momentos há muito esquecidos. Ainda que sejam do âmbito privado, as imagens, que perpassam desde os anos 1880 até os anos 1970, nos ajudam a entender cultura, história e identidade. Mesmo que não tragam o registro de figuras públicas ou de eventos notáveis, possuem alto valor documental e apresentam narrativas que podem ser extrapoladas do privado para o universal. Mesmo que não seja possível extrair delas, quase sempre, detalhes como data, local, nome do fotógrafo e nome das pessoas que posam, é possível atestar com toda a certeza: isto-foi (como definiu Roland Barthes em “La Chambre Claire”, em 1980): aquilo existiu. A luz registrou o real. Há uma ligação com o mundo físico e com o passado incontestável. E o que existiu pode ser contemplado, documentado, arquivado, estudado e criticado.


Apesar de amadoras, há valor artístico e histórico: são imagens criadas dentro da história da fotografia, que vai do daguerreótipo ao iPhone, dos amadores com suas Kodak 1 ou Brownie aos profissionais de Leica ou Hasselblad na mão trabalhando para a Magnum, a Reuters, a Vogue ou a National Geographic. O desafio, décadas depois, é preservar a memória das pessoas anônimas ali presentes e atestar, rechaçando qualquer tentativa de dizer o contrário, a importância de tais registros para a história da fotografia, ainda que suas memórias corram em paralelo à história oficial legitimada por galerias, museus, críticos e historiadores de arte.


O fotógrafo e educador americano Richard Benson, em “The Printed Picture” (2008), resumiu com acuidade a questão do valor das fotografias familiares e amadoras: “Imagens como essas eram feitas quase que totalmente com câmeras de rolo de filme, descendentes diretas da Kodak 1. As lentes tendiam a ser ruins, mas desde que as impressões eram quase sempre impressões da folha de contato — raramente eram ampliadas — a qualidade das imagens era passável. Porque as câmeras tinham um sistema fraco de ajuste de foco (quando tinham), geralmente o tema principal da foto ficava fora de foco, mas tal falha passava despercebida a menos que a imagem fosse ampliada. Apesar de suas desvantagens, os velhos álbuns de família resistem como um tesouro da fotografia. Eles nos lembram que o medium tira muito do seu poder da riqueza do mundo que recorda”.




A coleção é uma tentativa de preservar tal memória fotográfica tão específica e tão rica entre tantas outras tentativas que vieram anteriormente, muito bem sucedidas, em registrar os “rostos comuns”, os “rostos sem nome”, e documentar a figura humana em toda sua complexidade contraditória: ao mesmo tempo banal e única, ao mesmo tempo desimportante e imprescindível, prosaica e espetacular, fugaz e eterna. Alguns outros exemplos de trabalhos e exposições que vieram antes de Lost Photos Archive e tão acertadamente afirmaram a existência da “gente comum”, no Brasil e no exterior, mostram que a fotografia amadora e os rostos anônimos não passam despercebidos por colecionadores, estudiosos e fotógrafos:


i. O catálogo humano de August Sander


O alemão August Sander (1876-1964) se destacou, após a Primeira Guerra Mundial, como um dos principais nomes da Neue Sachlichkeit, a Nova Objetividade alemã, movimento de reação ao Expressionismo e que, na fotografia, preferiria o realismo e a fotografia documental às práticas baseadas na poética autoconsciente. O fotógrafo representou arquitetura e paisagens, mas tinha predileção pelas figuras humanas. Primeiro, Sander elaborou “Antlitz der Zeit” (“Semblante da Época”), em 1929, compilando retratos de tipos humanos da República de Weimar. Mas seu projeto principal, que já esboçara desde 1925 em cartas, foi Menschen Des 20. Jahrhunderts” (“Pessoas do Século 20”), um grande arquivo tipológico do povo alemão que fixaria com veracidade a imagem múltipla daquela sociedade que logo se transformaria radicalmente com a ascensão do nazismo. O projeto foi parcialmente publicado em 1929, com sessenta imagens, mas foi interrompido pelo regime nazista, que prendeu seu filho e proibiu o seu livro anterior. Em 2002, o Arquivo August Sander de Colônia publicou uma coleção com sete volumes e as cerca de 619 imagens originais que compõem “Menschen Des 20. Jahrhunderts”. Como planejou Sander, as imagens não trazem identificação das pessoas retratadas e se dividem em diversas seções, trazendo tipos como “O jovem agricultor”, “O estudante”, “O médico e farmacêutico”, “Perseguidos” e até “Idiotas, doentes, loucos”, numa seção chamada “Últimas pessoas”. “Portanto, vemos que o ser humano também imprime sua marca em seu tempo, e a partir disso é dada ao fotógrafo a possibilidade de compreender a imagem fisionômica de uma época por meio de sua câmera”, explicou Sander à época em uma conferência radiofônica. No Brasil, as imagens foram expostas na Trigésima Bienal de São Paulo, em 2012.


ii. Walker Evans no metrô de Nova York


O fotógrafo americano Walker Evans (1903-1975), buscando aproveitar a crescente flexibilidade do fazer fotográfico nas primeiras décadas do século 20 (câmeras cada vez menores, tempo de exposição menor, filmes com maior sensibilidade), explorou novas potencialidades com um projeto inusitado. Ele levou sua câmera Contax 35mm para o metrô de Nova York, pintando as partes prateadas e brilhantes com tinta preta e escondendo-a em seu sobretudo, mantendo a lente discretamente para fora entre os botões da roupa. Ele também ligou o botão da câmera a um cabo disparador, que escondeu na manga do casaco. Para evitar chamar a atenção e aparentar mais naturalidade, Evans levava a amiga fotógrafa Helen Levitt nas viagens, com quem podia conversar. Assim, conseguiu discretamente tirar fotos espontâneas das pessoas sentadas nos vagões, que não percebiam que estavam sendo fotografadas. Sem pose, sem calculismo. “A guarda está abaixada e as máscaras caem [...]. Os rostos das pessoas estão em um repouso nu quando está lá embaixo no metrô”, Evans disse da experiência. As dezenas de rostos anônimos capturados são revelados em momentos de imersão: dormem, pensam, leem, sonham acordados.


iii. “Forgotten Photographers” no MoMA


Entre 23 de agosto e 4 de novembro de 1951, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) exibiu “Forgotten Photographers” (“Fotógrafos Esquecidos”), definida pela instituição como "uma exposição de incríveis fotografias feitas por fotógrafos desconhecidos ou esquecidos". Mais de 2,5 milhões de fotografias, armazenadas na Biblioteca do Congresso americano, há anos estavam esquecidas ao olhar do público. Nos últimos cem anos, tinham sido registradas no escritório de direitos autorais da biblioteca e eram arquivadas sem o nome do fotógrafo, mantendo apenas número de registro do copyright e data. Paul Vanderbilt, consultor de iconografia da biblioteca, sugeriu a mostra ao MoMA após não ter mais espaço para guardá-las adequadamente e Edward Steichen, diretor de fotografia do museu na época, ficou aos cuidados de selecionar cerca de 125 imagens. Os trabalhos misturavam fotos feitas para vender a turistas, para documentação histórica, para publicidade ou fotos amadoras feitas por simples prazer. O valor documental é curioso. Algumas, parte de uma série de 1899, documentam o cotidiano de estudantes em uma escola em Columbia, que se vestiram com capricho para a ocasião. Outras, nomeadas pelo fotógrafo desconhecido de “Tipos das ruas de Chicago” e registradas em 1891, se propunham a estudar figuras anônimas naquela sociedade e traziam imagens engraçadas como “o sorveteiro” ou “o mensageiro”. Disse Steichen à época da abertura da exposição: “Incluídas nesta seleção estão exemplos notáveis de fotografia, algumas delas evidenciando diferentes fases da fotografia contemporânea”.


iv. Retratos da família brasileira


Em 2016, o Espaço Cultural BNDES no Rio de Janeiro expôs “Retratos da Família Brasileira (1850-1960)”, mostra baseada na coleção do fotógrafo e curador José Inacio Parente, responsável por montar nas últimas décadas um arquivo com mais de dez mil fotografias e que contempla registros fotográficos raros, como daguerreótipos, talbótipos e ferrótipos, e armazena milhares de trabalhos feitos por fotógrafos desconhecidos e também profissionais, registrando de eventos históricos a pessoas anônimas. A coleção de Parente, inclusive, foi premiada com o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia do Ministério da Cultura. As 800 imagens expostas pelo BNDES apresentaram à ocasião um panorama histórico da família brasileira entre 1850 e 1960, trazendo pessoas de diferentes etnias, crianças e casais, situações do lar e no trabalho, registros da escravidão no País, casamentos, documentação da vida rural e cenas festivas. "A fotografia é uma linguagem compreendida por todos os povos. É testemunha dos sofrimentos, das alegrias e vitórias dos homens, ajudando-os a vencer o espaço e o tempo, perpetuando a imagem e a história dos indivíduos e da humanidade”, disse Parente.

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