George Steiner e o poder da leitura, em "Aqueles Que Queimam Livros"
Atualizado: 28 de jun.
Steiner (1929-2020) em defesa dos livros e da literatura, em "Aqueles Que Queimam Livros" (Âyiné, 2017)
1. As citações dos livros ditos "revelados". O livro de José, a Epístola de Paulo aos romanos, o Corão, o Mein Kampf, o Pequeno Livro Vermelho de Mao - são o prelúdio ao massacre, sua justificação. A tolerância e o compromisso requerem um contexto imenso. O ódio, a irracionalidade, a libido do poder são lidos rapidamente.
2. Nossas intimidades com um livro são portanto completamente dialéticas e recíprocas: lemos o livro, mas, mais profundamente, pode ser o livro a nos ler.
3. (...) se esqueceu rapidamente que os livros não são um fato universal nem inevitável. Que são inteiramente vulneráveis ao fim e à destruição .
4. Saber "de cor" - mostrando a força e a riqueza de sentido dessa expressão - significa ser possuído, deixar o mito, a prece, o poema se ramificar e se expandir em nós, modificar, enriquecer nossa paisagem interior enquanto percorremos nosso caminho.
5. Aquilo que não aprendemos nem sabemos de cor, dentro dos limites de nossas capacidades sempre insuficientes, não amamos verdadeiramente.
6. Heine: "Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas".
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