Guilherme Dearo
Os bibliotecários
Atualizado: 28 de jun.
Um poema sobre o terror
branca a página
branca a noite
e as velas
dura a capa
dura a corda
e os cristais
brancos os rolos
no ombro
branco o punho na
palma aberta
branco o pulso
numérico
dura a farda
e o pé
dura a fila
quadrada a porta
quente lambe o céu
estrelas desprendidas errantes
quente dança a noite
missas praças tremulantes
ardentes os corações deslocados
os dentes ávidos
aquecidos os sulcos faciais
os sorrisos sem cabeça
quentes os músculos rijos
os olhos desfocados
as vozes pálidas
quente a biblioteca à noite.
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