Os bibliotecários
Guilherme Dearo
Atualizado: 15 de jan.
Um poema sobre o terror
branca a página
branca a noite
e as velas
dura a capa
dura a corda
e os cristais
brancos os rolos
no ombro
branco o punho na
palma aberta
branco o pulso
numérico
dura a farda
e o pé
dura a fila
quadrada a porta
quente lambe o céu
estrelas desprendidas errantes
quente dança a noite
missas praças tremulantes
ardentes os corações deslocados
os dentes ávidos
aquecidos os sulcos faciais
os sorrisos sem cabeça
quentes os músculos rijos
os olhos desfocados
as vozes pálidas
quente a biblioteca à noite.
![](https://static.wixstatic.com/media/5fb4ae_ef2bbf95c714414bb73a38a073528545~mv2.jpeg/v1/fill/w_980,h_780,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5fb4ae_ef2bbf95c714414bb73a38a073528545~mv2.jpeg)
Comentarios