Quiromancia
Guilherme Dearo
Atualizado: 15 de jan.
Um poema para Silvina Ocampo
habito o fundo sem palavras
sem tampa e espelho
existo meu corpo em silêncio
a mente em outro lugar
sigo sendo eu mesma
à parte da boca categórica
à parte do que riscam de mim
dos traços que me circulam
faço linha reta do punho fechado
mão-mapa de dedos-destino
rosto-de-mão
toda a cara-cinco-dedos
todo o olho-impressão-digital
o que ia falar
pego
o que ia gritar
sinto
aponto aprovo mando praquele lugar
não sorrio senão o toque
não me reconhecem senão a pele
e sigo sendo eu mesma
a parte de todo o resto
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