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Guilherme Dearo

Quiromancia

Atualizado: 28 de jun.

Um poema para Silvina Ocampo



habito o fundo sem palavras

sem tampa e espelho


existo meu corpo em silêncio

a mente em outro lugar


sigo sendo eu mesma

à parte da boca categórica

à parte do que riscam de mim


dos traços que me circulam

faço linha reta do punho fechado

mão-mapa de dedos-destino


rosto-de-mão

toda a cara-cinco-dedos

todo o olho-impressão-digital


o que ia falar

pego

o que ia gritar

sinto

aponto aprovo mando praquele lugar


não sorrio senão o toque

não me reconhecem senão a pele


e sigo sendo eu mesma

a parte de todo o resto



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